Emergi numa sombria plenitude onde todos os meus pensamentos não estavam em conformidade com os meus princípios, e dei por mim a duvidar e repensar em todas as fases da minha vida. Em tudo o que foram decisões e sobre as quais afetaram o meu percurso ou a minha personalidade. Que solo ando eu a plantar para que qualquer coisa seja fertilizada e cresça na minha mente como batatas podres numa quinta de terreno árido? Porém não é isso que eu criei como objetivo, não foi isso que eu idealizei para mim, não me via nesses cenários, sendo positiva, esperançosa, sonhadora, imaginava um caminho diferente traçado e alcançado por mim.
Mas não foi bem assim que aconteceu.
Não foi de todo o que eu projetei, mas o primeiro passo para a mudança é a percepção da mesma.
É a noção de que, para esse solo se tornar saudável temos de podar ervas, pegar no ancinho e limpar os terrenos, torná-los próprios para cultivo. Porém o uso da ferramenta correta é essencial! De que adianta pegar numa pá, abrir buracos, atirar sementes e não termos de todo preparado a terra para o cultivo?
Rosas não nascem de terrenos minados.
Funciona da mesma maneira na nossa mente, onde a ferramenta somos nós mesmos. Por vezes um pouco enferrujados mas mesmo assim ainda em condições de manuseio. Temos de nos desenferrujar , colocar as luvas e mãos à obra!
É assim o início da solução.
Visualizar o problema (interior), preparar a bancada de trabalho para a limpeza do mesmo (curar as feridas, fechar capítulos, arrumar as gavetinhas da nossa cabeça) e plantar novas colheitas, novas ideias, novas atitudes e pensamentos. Plantar saúde mental é de facto se tornar saudável! Vai custar, é demoroso, mas os frutos são bem mais saboros. E aí poderei visualizar e projetar aquilo que eu julgava apropriado para mim. Nunca é tarde para mudar, melhorar, aprimorar e limar as arestas dentro de nós, só assim crescemos e nos permitimos ser quem sempre visualizamos. E devagarinho essa plenitude sombria que me preenche aos poucos é desintoxicada e expulsa da minha mente.
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