Há dias que os meus demónios não param de me atormentar, e dou por mim a pensar que imperfeitamente nas imperfeições eu acabei por me apaixonar. Dei por mim a imaginar cenários que não se iriam passar, um dia está tudo maravilhoso e no outro tudo vai desabar. Podem-me chamar bipolar, mas eu tanto o quero que até é doente de pensar, mas com certas palavras sinto que o melhor era me afastar. Mas sabem que não mandamos no que sentimos e eu vim a aprender que também não o consigo controlar. Ainda mais difícil é para quem sabe que com a ansiedade terá de lidar. Acabo por ouvir o que o incomoda e faço de tudo para o mudar, no final minto a mim mesma dizendo que me estou a adaptar. Quando na verdade acabo estupidamente a tentar enganar a única pessoa que não posso enganar. No fundo sei que são mudanças e o tento desculpar, "porque é para o meu bem", "porque assim a minha vida só vai melhorar", "porque ele tem razão e numa melhor pessoa é no que me estou a tornar". Mas dói tanto ver que me estou a iludir, e estou a tentar mas não estou a conseguir. Há sempre algo que eu consigo estragar, sempre algo que o vai magoar, e eu sinto-me tão mal porque só o quero fazer feliz e acabo por falhar. Custa, mas não vou desistir de o conquistar. Até que percebi que o estou a magoar a níveis estupidamente simples, devia ser algo básico mas acabo por não me soltar. E custa como nunca viria a sonhar sequer. Não vou desistir, isso nem pensar, mas ao o fazer estou a ser demasiado egoísta para o deixar estar feliz como ele merece estar. E os meus demónios chegam e voltam a me atormentar que ele é bom demais, tudo nele será bom demais para eu ter a sorte de viver o que ele me poderá dar, e gritam nos meus ouvidos, e ecoam na minha cabeça " vocês nunca vão dar certo, ele quer um todo que nunca vais conseguir dar, ele entregasse a 100 por cento, ele é sol, mar, chuva e vento, e tu não te consegues libertar. Nessa brisa que ele vive, saboreia cada momento, vive todo o sentimento sem nunca se deixar abalar, aquele anjo, o seu talento é que mesmo ao relento se consegue esquentar, ergueu o peito e por sinal as suas asas veio a ganhar, e tu com todos os medos, e com o jeito desmedido de estragar vens com delicadeza, essas asas lhe cortar. Ah como é bom o ver feliz e como é mau o desanimar, por sinal serás a razão que o vai fazer afastar." Vejo então que eles podem estar a acertar, custa eu sei, e não sei se ele quererá por mim lutar. E com todo o sofrimento, mesmo gostando a 100 por cento o amor me veio ensinar, que com todo este tempo quem ama só não prende como também aprende a soltar.
Sem comentários:
Enviar um comentário